sábado, 24 de outubro de 2009

01- Cartões Postais da Itália

“Não sei por onde começar. Talvez eu tenha errado. Errado em minha vida; feito simplesmente tudo de cabeça para baixo. Talvez se eu tivesse ouvido minha mãe... É... Talvez, talvez, talvez...”
O sol nascia iluminando o céu azul de Veneza. As poucas nuvens davam um toque especial naquela imensidão turquesa. Numa das varandas de uma construção baixa, de coloração branca e recente, combinando co
m todos os bonitos prédios da cidade, uma menina de cabelos negros e compridos admirava o nascer do astro rei, que luzia junto à água cristalina, onde havia uma gôndola. Seus olhos claros, quase fechados de sono, estavam entretidos com o remar do homem de camisa listrada na 'canoa' típica italiana.
A brisa agradável da manhã embalava suas madeixas e a blusona larga sobre a calcinha nova, comprada especialmente para a ocasião, deixando-a com um 'quê' de Marilyn Monroe, de certa forma, apreciado pela garota.
Algumas gaivotas visitavam o pequeno telhado acima de sua cabeça. Ela adorava se distrair com a bela paisagem; chegou a desejar que aquele momento durasse para sempre, quando não teria que enfrentar as pessoas, as decisões, a vida. Seriam apenas as gaivotas, o homem da gôndola e ela própria. Riu sozinha ao pensar na idéia de um desconhecido ser mais atraente que sua vida real, aquela fora de todos os sonhos e devaneios.
“O meu problema é sempre fugir da vida. É me esconder, matar as aulas, mudar no meio do caminho, desistir das pessoas, dos amores.”
- Bom dia, Alice. Oh, como o dia está lindo, meu amor. – Uma voz masculina e sonolenta interrompeu os pensamentos dela. Sorriu e olhou amavelmente para o simpático cavalheiro que saía do quarto, ainda de pijamas, espreguiçando-se.
- É, adoro o vento da manhã. – Ela finalmente deixou de encará-lo. – Ele me faz querer voar e acreditar que realmente posso fazê-lo. – Voltou-se para a paisagem, desprezando o homem.
- Só não vá voar para longe de mim, '
piaf'. – Alice amava quando ele incorporava palavras francesas às suas conversas. Devia fazer isso sem perceber, pois ainda não estava tão habituado a não falar francês. Ao dizê-lo, o homem aproximou-se da menina, apoiada na grade da varanda.
- Philippe, vamos sair pela cidade? – Docemente, ela passou uma das mãos no cabelo curto, levemente grisalho do homem que a segurava pela cintura.
- Claro, o que você quiser. – Por um momento ela esqueceu todos os acontecimentos que a haviam levado até ali; divagou.
- Afinal, é nossa lua-de-mel... – Ele continuou a falar, sorrindo. Foi quando Alice acordou num estalo.
“É verdade! Lua de mel... Lua de mel... Em Veneza... Sim, meu sonho sempre foi casamento na praia, ao por do sol com direito a pés na areia e vestidinho fresco. Casamento por amor, com o amor da minha vida!”
- É... – Alice respondeu pensativa, forjando um sorriso bobo enquanto seus olhos acompanhavam o homem da gôndola.


4 comentários:

  1. mais, por favor.

    Sem falar que adorei o lugar onde você decidiu ambientar essa história. hahahahaha!

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. pq será q a dori adorou? qm dá mais, qm dá mais?? hahahaha
    *correndo pro 2*

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  4. nao vou comentar direito aqui, pq estou com pressa
    *correndo pro 2* [que nem a Tu]
    bj...fui!

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