domingo, 25 de outubro de 2009

02- I'm no good without you

Era um dia calmo para a maior parte da população naquela ilha na América central, cujo nome, Alice não era capaz de pronunciar, algo como Turk, a menina não sabia ao exato. O outro grande pedaço do povo, que não chegava a sua metade, provavelmente estava ocupado com os preparativos do casamento de um milionário francês.

Três moças admiravam o reflexo da imagem de Alice, já vestida, maquiada, com cabelo digno de filminhos “água com açúcar”, num espelho grande, dentro do melhor e mais caro hotel do lugar. Não era exatamente a simplicidade que ela desejava quando fosse se amarrar alguém, “até que a morte os separasse.”

- Linda. – Uma das moças finalmente disse algo.

Alice se admirou, estava realmente bem, apesar de seus 22 anos, ela parecia mais velha, por todos os cigarros que já havia fumado na vida. O vestido branco, curto, mostrava suas coxas que não eram exatamente de uma modelo. Ela odiava exibi-las, mas queria luzir jovial naquele vestidinho com renda na barra.

Pouco tempo depois, ela saía pela porta do hotel, em frente à praia antes deserta. Na verdade, não havia muitas pessoas íntimas de Ali presenciando o início do maior erro de sua vida. A maioria dos convidados, na verdade, eram conhecidos do noivo, homem influente e poderoso no ramo dos hotéis. Sabe como é tal política da boa vizinhança. A todas essas pessoas, Alice mostrava sua simpatia aparente, ao cumprimentá-las, como uma primeira dama educada.

Seus pais estavam presentes, assim como alguns poucos amigos, os mais próximos. Ela odiava festas e eventos pela obrigação de convidar certas pessoas. Desta vez, não se sentiu mal por omitir seu casamento para maior parte dos antigos conhecidos.

Enquanto caminhava em direção a Philippe, seu futuro marido, pensava em todos os que já haviam passado pelo posto de Sr. 'Alice'. Sorriu sem deixar os espectadores perceberem que o sorriso não era por estar caminhando em direção a sua alma gêmea. Ela era do tipo de pessoa que sonha acordada e ri dos próprios pensamentos, talvez viva num mundo só seu.

Havia um piano, um baixo acústico – instrumento de som mais inspirador para Alice – e um trompete no canto, acompanhados por uma voz jazzista e feminina, parecida com a de Billie Holiday, que davam um toque especial ao casamento. A música não era a marcha nupcial tradicional; Alice não queria: “absolutamente nada tradicional”, por isso a falta de madrinhas e padrinhos, de daminhas de honra, de ‘lenga lenga’ de padres católicos e dos sapatos de todos na praia. Philippe sorria com satisfação. “Ele já está acostumado com essa de se casar! Quantos já foram mesmo?” - Ela pensava ao caminhar calmamente.

Amava Philippe. Mesmo que de seu jeito próprio, amava-o. Não poderia viver sem seu carinho, amor, fora todo o conforto que era a vida junto a ele. Talvez fosse uma acomodação, um amor comprado, mas Alice não pensava assim. Gostava de amá-lo de verdade, de sentir seu coração palpitar mais forte quando a mão de seu futuro marido tocava em sua pele branca. Não possuía culpa por casar com alguém mais velho, sabia que estava seguindo seu coração.

Seus pés tocavam na areia fofa e ela sentia paz interior, como se estivesse resolvendo todos seus problemas naquela caminhada. Como se seu destino fosse o céu, como se partisse para uma vida nova.


2 comentários:

  1. aiaiai... casamento na praia *suspira* *-*

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  2. Que perfeito. Adorei a história.
    Deixou gostinho de quero mais...
    beijos
    'trilha sonora' perfeita, too. 'E essa historia vai virar cinema...' rs

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